quinta-feira, 30 de junho de 2005

Melancólico como um dia de Inverno...



Boa tarde!

São 7 e meia da tarde. Tenho a tv ligada, apontamentos de SIOT (Sociologia Industria, das Organizações e do Trabalho) espalhados em cima da secretária. A cama continua como a deixei quando me levantei. No quarto reina a desordem... Na minha cabeça também! Estou farto de olhar para tanta folha, ler tanto conceito, fixar tanta definição... São folhas e mais folhas de matéria exposta com um aglomerado de palavras que teimam em não fazer sentido, ainda que escritas em português.

Não tenho noção sincera daquilo que sei. O ambiente também não é dos melhores... Apetece-me fugir! Mais uma das minhas crises de melancolia em que se encerra o profundo desejo de não estar aqui, mas também não saber onde querer estar.

Na rua, o sol continua a iluminar as cabeças pouco iluminadas de quem vai passando. O vento sopra, não velozmente. Minha mãe faz o jantar, o meu pai vê tv na sala, a minha irmã agarrada à onda musical dos D'ZRT e eu aqui, qual estátua móvel, sentado em frente ao computador a escrever este texto que não me leva para longe daqui, mas antes me dá a realidade de como estou.

(longo silêncio)

Bem! Faltam-me as palavras, não sei o que mais escrever... Talvez ainda volte hoje para contar um pouco mais do meu enfadonho dia, talvez amanhã, talvez outro dia... Fui!


quarta-feira, 29 de junho de 2005

Orgulho de ser português...



Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma.
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Fernando Pessoa

terça-feira, 28 de junho de 2005

Encontro de almas

Quando duas almas se encontram
pela voz movida do sentimento,
ilumina-se o pensamento
e finalmente dois corpos se juntam.
Entre sentidas alegrias e duras tristezas
explode a chama do que lhes identifica.
E é nesses conhecimentos das almas
que já nada se modifica.
E tudo irrompe de repente,
qual pássaro em corrida veloz,
e não se percebe, sente-se.
E é nesse sentir puro e casto
que o toque fatal é explorado e
que todo esse Amor foi encontrado.

segunda-feira, 27 de junho de 2005


Começava a anoitecer... Ela caminhava pela estrada de areia em direcção à praia. Era naqueles momentos de rara beleza ambiental, quando o sol beija o mar, que Margarida se aproximava do lugar onde vivera as maiores alegrias da sua vida. Junto ao farol, ela encontrava-se com o seu passado e recordava os melhores momentos da sua vida.

Ali, naquele lugar, onde o mar beijava a areia e o farol começava a iluminar com a sua luz os pequenos barcos que ao longe na linha do horizonte se avistava, que a mulher adulta vivia por momentos as suas recordações de moça apaixonada e sentia a brisa do mar lhe trazer o cheiro do único homem que amara.

E chorou. Não por aquilo que fez, mas por aquilo que não teve coragem para ser e viver. Pediu perdão, mas sabia que o tempo já não voltaria mais atrás. E sentindo remorsos pela felicidade que deixou fugir por entre os dedos das mãos, Margarida chamou o seu nome, pediu a sua ajuda, como se ele fosse capaz de aparecer do fundo do mar e devolver-lhe a juventude que por cobardia não foi capaz de viver.

E Ricardo era o seu nome... O nome pelo qual ela chamava sempre naquele lugar, na esperança de um dia ele regressar.

O seu choro ouvia-se baixinho... Afinal, ela não estava sozinha. Alguém se encontrava ali e naquele momento Margarida sentiu uma forte presença, um perfume que lhe era característico.

Olhando para trás, viu aproximar-se um vulto que vinha ao seu encontro.

Limpou as lágrimas. E tentou modificar a expressão do seu rosto de modo a parecer bem. Esse vulto agora tornava-se, com o seu aproximar, cada vez mais nítido. Margarida levantou-se com medo de que o homem que chegava pudesse lhe fazer algum mal.

- Não tenha medo! - disse o homem que aparentava uns 40 anos, não mais.

- Que quer?, perguntou Margarida com receio e a voz meio trémula.

- Apenas ouvi o seu choro e tomei a audácia de lhe vir oferecer a minha ajuda se necessitasse.

- Como pôde ter escutado o meu choro se eu própria mal o distinguia?

- Há coisas que não se ouvem com os ouvidos, mas sim com o coração.

Margarida já tivera ouvido aquela frase antes. Não lhe era desconhecida aquela voz e de repente sentia-se a voltar atrás no tempo.

- Margarida, não te lembras de mim? - perguntou com um meigo sorriso.

- És tu, Ricardo? - disse ela com as lágrimas novamente a lhe inundarem o rosto.

- Sou! Voltei! Nunca ouviste aquela frase de que voltamos sempre onde um dia fomos muito felizes? Eu voltei, sim! E voltei porque o tempo me fez ver o que realmente aconteceu. E voltei para recuperar tudo o que deixei fugir.

- Mas disseram-me que tinhas morrido, disse Margarida.

- E tu alguma vez acreditaste nisso?

- Não! Na verdade, o meu coração dizia que não tinhas morrido. Mas eu fui fraca, deixei o meu pai impor-se àquilo que nós sentiamos um pelo o outro e não fui capaz de ser forte e viver contigo tudo o que durante anos chorei amarguradamente.

Ricardo aproximou-se de Margarida, limpou-lhe o rosto com os lábios e sentindo a respiração que começara a tornar-se ofegante, os dois deram um beijo demorado.

E ali permaneceram... A lua cheia já iluminava o céu e o sol já tinha desaparecido no horizonte. Não tinha sido o mar que tinha trazido Ricardo de volta, mas a leve brisa fresca daquela tarde de fim de verão que unia novamente aqueles dois seres que o tempo tinha separado durante tantos anos.

Olá! Eu sou o Rafa!


Olá a todos os que visitam o meu blog pela primeira vez!
É a primeira vez que tenho um blog e por isso decidi, apresentar um pouco daquilo que sou...

Bem posso começar por dizer que sou um jovem algarvio de 21 anos, estudante do 3º ano de Sociologia e vivo com os meus pais e a minha irmã.

O meu dia-a-dia passa por ir às aulas, ir à praia, estar com os amigos, ouvir música, estar na net ou simplesmente ler um bom livro.

Adoro viajar, para além das viagens exteriores, viajo muito interiormente, tentando muitas vezes descobrir o meu verdadeiro "eu", ou simplesmente pensar na vida... Às vezes, é importante pararmos um pouco e pensarmos sobre nós próprios, não termos medo de viajar até ao mais íntimo da nossa mente e julgar o que está certo ou errado. Se querem uma dica... a praia nos dias em que está vazia é óptimo... eu pelo menos gosto de ir para lá e olhar o mar que por vezes até acaba por ser uma fonte de inspiração.

No que se refere às viagens exteriores, adorei ir a Itália onde passei uma semana inesquecível, onde pude fazer grandes amizades. Espero lá voltar em breve, em especial à cidade de Roma, mas terei de ir acompanhado com a minha cara metade. Não sei se sabem, mas há uma fonte na cidade (Fontana di Trevi), na qual todos os turistas que visitam a cidade e vão até a essa fonte têm de jogar três moedinhas nas suas águas, só me lembro que a terceira moedinha é a promessa de regressar lá com a pessoa que escolhemos para nossa companheira.

De resto, já estive várias vezes em Espanha e também visitei a Côte d'Azur no sul de França, região que tem umas praias lindíssimas.

Espero em breve poder visitar Londres, porque é a minha cidade preferida... ehehehe. Talvez se prenda com o facto de ser uma cidade mais cizenta, com uma temperatura mais fria, revelando assim o meu lado mais fechado, mais cinzento mesmo... Acho que todos nós temos um pouco esse lado mais obscuro, mais fechado e que não deixamos ninguém ultrapassá-lo, onde se escondem os nossos pensamentos mais secretos e que não revelamos a ninguém.

Continuando... (vocês já devem estar a achar isto uma seca, mas também que vos mandou ler-me?! looool)... bem, agora deveria chegar aquela parte em que selecciono algumas das minhas qualidades e defeitos, mas não o vou fazer, acho que quem visitar o meu blog, começará a aperceber-se do tipo de pessoa que sou, lendo os meus textos que muitas vezes poderão ser apenas alguns desabafos relacionados com o dia-a-dia, como uma história ficcional que eu criarei ou ainda um dos meus poemas que por vezes são muito auto-biográficos.

Enfim... acho que por hoje é tudo... Fico a contar com as vossas sugestões e opiniões a partir deste momento. Gostaria muito que sugerissem algo para dinamizar mais o meu blog e quem sabe através dele poder fazer novas amizades?! Um grande abraço!