sábado, 30 de julho de 2005

É amor...


Vives no meu pensamento
dia após dia
noite após noite.
Atropelas tudo o que gira à minha volta.
Num momento fazes-me subir ao céu.
Noutro mostras-me no calor dos teus beijos
a imensidão do desejo insaciável,
dessa pele que me põe louco
que me consome.
Diriam uns paixão avassaladora;
diriam outros apenas atracção fatal.
Mas o meu coração diz-me que é mais...
que é forte... que é AMOR!

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Este Livro...

Este livro.
Passa um dedo pela página.
Sente o papel como se sentisses a pele do meu corpo, o meu rosto.

Este livro tem palavras.
Esquece as palavras por momentos.
O que temos para dizer não pode ser dito.
Sente o peso deste livro.
O peso da minha mão sobre a tua.
Damos as mãos quando seguras este livro.

Não me perguntes quem sou.
Não me perguntes nada.
Eu não sei responder a todas as perguntas do mundo.

Pousa os lábios sobre a página.
Pousa os lábios sobre o papel.
Devagar. Muito devagar. Vamos beijar-nos.

José Luís Peixoto

quarta-feira, 13 de julho de 2005

Hoje é o 1º Dia do Resto da Tua Vida

A princípio é simples anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida



Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida


E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que leva a peito
bebe-se come-se e alguém nos diz bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida


Depois vem cansaços e o corpo frequeja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso por curto que seja
apagam-se duvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida


Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida


E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida


Artur Miguel Dias

segunda-feira, 11 de julho de 2005

Um dia... ao pôr-do-sol... voarei...


E os dias correm... Correm velozes... Os anos parecem meses; os meses, semanas; as semanas, dias; os dias, apenas poucas horas... A vida corre numa corrida compansada contra o tempo.
Entre tantos "se" e "talvez", vou vivendo a minha vida querendo ser o que não sou, tentando aperfeiçoar-me como homem, como gente, como ser humano que procura por caminhos trilhados ora de alegria, ora de tristeza, chegar até ao alto do monte onde finalmente encontrarei o meu verdadeiro EU.
Mas ainda falta muito caminho... Caminho de dificuldades, de metas a alcançar, de corridas desenfreadas para tentar chegar o mais rápido ao topo. Não querendo pisar ninguém, não querendo magoar os que mais me amam, ainda sabendo que tal acontecerá.
Não quero ouvir choros e lamentações, não quero que me digam: "Afinal, onde foi que eu errei?". Não erraram. Ninguém errou. Simplesmente é assim. Quero apenas que me deixem voar, que me permitam tentar ser feliz, ainda que a felicidade total seja mais uma mera utopia.
Libertem-me! Desprendam-me da gaiola onde me trancaram. Permitam-me ser livre como num dia de Abril. Levantem as vossas espingardas ao céu com um cravo vermelho na ponta. Permitam-me errar e acertar, tornar-me homem a sério, não o eterno filhinho dos papás.
Permitam-me correr por estradas desconhecidas, sem a certeza de até onde elas me levarão, ainda que não me levem a lado algum.
Permitam-me finalmente ser o EU que quero ser. Ainda que vos magoe, ainda que vos faça sofrer. Mesmo que eu não o quisesse! E não quero! Mas sei que não o conseguirei evitar.
Apoio?! Não sei se o terei de vossa parte, só sei quem não me fechará a porta do seu coração e que a amizade não permitirá afastamentos.
Nesse dia de desprendimento, nesse dia em que finalmente o meu EU aparecerá perante todos.... nesse dia, não haverá mais mentira, apenas a verdade, ainda que a verdade cause sofrimento, ainda que ela faça sofrer, mas a verdade é sempre a verdade e eu não quero mais uma vida de mentira. Essa NÃO!
Um dia... ao pôr-do-sol, voarei!

Mais um weekend...

E mais uma semana chegou ao fim. O fim-de-semana foi normal... umas voltas e pouco mais. Mais uma semana começa e a procura por trabalho também. A ver se esta semana tenho mais sorte. :) Hoje não tenho muito mais a escrever.... Fui!
Já agora... resolvi postar esta imagem e gostaria que dessem a vossa opinião sobre o que vêem nela! loool

terça-feira, 5 de julho de 2005

Chegou cansado. Colocou a pasta no chão. Em cima da mesa um recado: "Volto tarde! Não esperes por mim para jantar. Beijo!". Amachucou o papel amarelo e jogou-o no balde do lixo. A sala estava escura. Não abriu os cortinados. Simplesmente, deixou-se cair no sofá e ligou a tv. Áquela hora, nada de jeito. Desligou. Acendeu a aparalhagem e ao som de Diana Krall adormeceu.
A sua alma, como querendo não adormecer, desprendeu-se....
A praia estava calma naquele fim de tarde. Sabia-lhe tão bem estar ali, a olhar a imensidão do mar e o som das rochas solitárias que de tempos em tempos rebentavam, molhavam-lhe os pés descalços. Pensou no que fizera e não gostou nada. Acendeu um cigarro. Aquela má recordação de outros tempos passados consumia-o por dentro. Sentiu angústia. De passa em passa, terminou o cigarro. Levantou-se. Ao longe, avistava um corpo moreno deitado sobre a areia. Aproximou-se e reconheceu aquela pessoa. Levantando-se, ela sorriu. Ele continuou sério. Aproximaram-se mais e ao de leve um aperto de mão surgiu. Ele reconhecera aquele ser. Mas não sabia de onde. Confusão era a palavra que reinava na sua consciência.
De repente, como sendo sugada novamente para dentro do seu corpo, ele regressou a si. Alguém batia à porta. Levantou-se e abriu. Era a mesma do corpo moreno deitado na areia. Um beijo e entrou. E ele perguntou: "Que fazias na praia?" e ela respondeu: "Nada. Simplesmente me fui encontrar contigo...."

segunda-feira, 4 de julho de 2005

De repente, olhamos à nossa volta e vemos que aqueles que durante anos foram nossos amigos, com quem nós dividimos o bom e o mau das nossas vidas, afinal não passam hoje de pessoas cínicas e mesquinhas que se preocupam mais com a vida dos outros do que com o seu próprio umbigo.
Mais uma vez a desilusão bateu-me à porta. Mais uma vez, fui acordado de sobressalto e vi a verdadeira realidade. As pobres mentalidades que vagueiam por aí, afinal estavam mais perto do que eu podia alguma vez julgar.
E são nestes "acordares" que vamos conhecendo as almas humanas que se cruzam nas nossas vidas... Talvez, daqui a uns poucos anos, saiba detectar ao longe aqueles que valem a pena fazerem parte da minha vida e os outros que nunca deverão entrar nela.
Aos bons amigos, o meu MUITO OBRIGADO! Vocês sabem quem são...

sábado, 2 de julho de 2005

Ficção da vida real

Brad Pitt, Angelina Jolie. Eles são Mr. e Mrs. Smith! Um filme que combina comédia, romantismo e acção. Gostei! Ri-me. Vibrei nos momentos mais empolgantes. Houve ternura. Enfim, para quem quer esquecer um pouco os problemas, vale a pena ir assistir.
Confesso que tenho mostrado exteriormente o que interiormente não existe. Tendo andado triste, melancólico, nostálgico. Tenho sentido saudades de alguém... De alguém que está longe mas que permanecesse perto quando viajo ao baú das velhas memórias e recordo os bons momentos que passei ao seu lado.
Hoje, agora, na solidão do meu quarto em que o silêncio é rei e senhor, em que toda a cidade já dorme, sinto-me só. Quero alguém! Alguém que me faça um gesto de carinho, alguém que me mostre o quão importante sou na sua vida. Sim, pode parecer prepotência, mas eu queria ser a vida de alguém, agora, somente por um bocadinho de tempo. Seria mais feliz! Sentir-me-ia mais útil.
E na escuridão da noite, no silêncio deste quarto, resta-me sonhar... estar onde não estou, estar com quem não estou. A essa pessoa, um beijo de boa noite. Eu penso em ti e jamais te esquecerei! Jamais...